Fechar ciclos, portas, livros para não fechar o peito, os olhos, o hoje. Fechar é a única forma de também abrir. Tão avessos e aversivos. A fuga pelo quarteirão interminável, o cachorro correndo atrás do rabo. Engraçado só se nas piadas de certos humorístas que chamam de comédia o drama. Acontece. Mas aqui dentro não mais. Ir para fora é uma necessidade básica, e arriscar é impulso vital. Podia não ser, tens razão. Mas é, e, assim sendo, nada se pode fazer a não ser ir, incompleto que seja, ir.
E é preciso ir sem possibilidades de voltar, sem enganações. Fui entender então que o relógio é um enganador da pior espécie: gira rotineiramente como se nada mudasse entre seus 3, 4, 5, a não ser a norma de, por vezes, lê-los 15, 20, 25... Tudo mentira. Entre os mesmos ponteiros e os mesmos números a indiscutível verdade: tudo passa. O ciclo não se repete, ele se re-inaugura em um novo dia, de um novo ano, de uma nova mesma vida.
E é preciso ir sem possibilidades de voltar, sem enganações. Fui entender então que o relógio é um enganador da pior espécie: gira rotineiramente como se nada mudasse entre seus 3, 4, 5, a não ser a norma de, por vezes, lê-los 15, 20, 25... Tudo mentira. Entre os mesmos ponteiros e os mesmos números a indiscutível verdade: tudo passa. O ciclo não se repete, ele se re-inaugura em um novo dia, de um novo ano, de uma nova mesma vida.
Tudo bem, a culpa não é do relógio que está lá fazendo sua tarefa pontualmente e gastando sua bateria - meus olhos viciados são obrigados a assumir.
Afinal, o que fazer com o que nada é e tudo pode ser? Conjugar o verbo em todas as suas alterações, concordante com o sujeito, passível de modificação nos predicados. Talvez seja isso. Conjunção de vida, cooabitação de existências, e o tempo passando de mãos dadas com o presente. Por hoje, tentarei ficar um pouco mais de mãos dadas com eles, talvez assim nossa amizade me des-ensine o que julgo que já sei.
Rafaelle Melo.
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ResponderExcluirO tempo é cruel na maioria das vezes, mas não o tempo todo. Beijos
ResponderExcluirSe a dor é inevitável, meu pergunto: o que afinal vou fazer com ela?
ExcluirSomos pedaços, somos trechos de histórias, somos vida cinza, somos a busca pela cor perfeita. O tempo não cura, não cicatriza. Só aprendemos a conviver com as dores.
ResponderExcluirGosto muito do jeito de escrever, intenso, forte, sem medo da dor. Me reconheço sempre. Um beijo pra ti guria, fica com Deus.
Que conviver não seja suportar, seja construção conjunta de possibilidades mais vivificantes!
ExcluirObrigada pelo carinho, Rosa!
Fico contente que se identifique. Amo essa possibilidade de tocarmo-nos através das palavras!
Grande beijo! Fica com Deus!
Tudo passa, tudo se renova! Adorei o texto!
ResponderExcluirAinda bem que a vida é movimento!
ExcluirObrigada pelo carinho!
Um beijo!