terça-feira, 18 de outubro de 2011

Simplesmente.



Imagem: Google




“Clouds are fading, they flew away. Sun is shining and the sky is turning blue…”*


 

Teu sorriso virou a esquina do cruzamento onde eu já não mais te esperava. Estava a alguns metros perambulando ruas desconhecidas e senti um feixe de luz alcançar-me. Chamava-me pelo nome, docemente. Podia perceber a inocência com a qual me chamava, talvez nem imaginando o tremor que posteriormente causaria no meu peito. Em passos trêmulos caminhamos a distância que o destino não quis percorrer, passos que partem de nós, para nós. Apenas. Lançamo-nos palavras que circulavam na linha tênue de impossibilidades, desejos, silêncios e vozes condutoras de carinho. O feixe de luz ia multiplicando-se, tomando meu corpo, me transportando para um lugar tranqüilo onde só havia nós dois. E olhei-te, rindo da minha própria surpresa. Admirei tua beleza marcada, presente e quis apenas um abraço teu, com toda a simplicidade. Sim, simplicidade! Quis te reiniciar como em um culto, uma cerimônia ao novo! Um susto de felicidade e recolhi-me temendo meus labirintos intermináveis. Entraria neles depois, talvez, pois agora apenas conseguia sentir teu carinho pintando-me de cores bonitas e vivas. Escarlate de rubor. Ia lançando-me, mar aberto, esquecendo-me dos últimos naufrágios, sendo apenas, e parada com água já pelos joelhos vivi toda a sacralidade daqueles sentimentos. Fechei os olhos e orei.

Por  Rafaelle Melo.




* Trecho da música “Love is here” – Sonohra.

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