segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Uma busca sob o Sol.

 "A humanidade é desumana mas ainda temos chance.
O sol nasce pra todos, só não sabe quem não quer.
Quando o sol bater na janela do teu quarto,
Lembra e vê, que o caminho é um só!
Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem?
Tudo é dor, e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor."
(Legião Urbana)

Imagem: favim.com


Para o alto! Não as mãos, como naqueles tempos onde os sonhos foram roubados, mas o peito desarmado. Na vertical, que é para onde voa meu coração, escalando sem olhar para trás o desafio de cada dia. A cada pedra ultrapassada, via os joelhos esfolados ouvindo o coração ofegante, quis desistir naquela última parada, percebeste?! - Ouvi um não no teu silêncio. Um sacrifício diariamente consumido. Uma superação por segundo. A duras penas assumi ser livre e com forças descomunais sigo no desafio de me manter em tal conceito. Liberdade! Se prender nessa vida, só se voluntariamente, para dar a alguém aquilo que não cabe em mim de tão grande. Pois também chega esse momento em que é preciso dar-se, porque um dia não se cabe mais em si. Por agora eu cultivo um jardim bonito, tenho plantado minhas sementes.  Depois que perdi aquele papelzinho que o vendedor me dera, no qual havia informações básicas sobre as sementes, terei que plantar as cegas. Desde que joguei-as na terra, tenho notado que sensibilizei-me ao tempo delas e as informações deixaram de fazer falta, felizmente. É que flores não têm o mesmo ciclo que o nosso, são mais sábias e não gastam energias vãs. Existem conhecimentos que não servem nem de adubo. Eu tenho buscado limpar o terreno. Aprendo, e uma gota de suor cai delicadamente lembrando-me que pode haver beleza nos recônditos de uma dor. A surpresa tem costumado visitar meus olhos e eu placidamente tenho entendido que aceita-la é caminho. Dos meus jardins recolho minhas próprias energias florescidas e deixo-me queimar pelo mesmo sol que as flores necessitaram, enquanto as olho e toco com cuidado. Eu também necessito. Os mistérios se encontram. Eu floreio enquanto elas me humanizam. Minha maior liberdade é restringir-me a admirar tudo que a flor pode por agora me oferecer: a espera.

Rafaelle Melo.

2 comentários:

  1. Muito bom Rafa, me identifiquei com seu texto. Beijao

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  2. Mas você veio, Beija-Flor. Brincas na varanda de meus olhos frios. No espelho,teus gracejos aéreos restituem um reflexo perdido.

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