terça-feira, 17 de abril de 2012

Despretensiosamente.




Me incomoda quando não chego à alma. A alma é sempre a meta, o que interessa. Às vezes sinto como se só tivesse alma, e tudo que faço é gastar a vida buscando a forma de tocá-la, dar a ela vida própria. Parece-me justo visto que é ela que me dá a vida.
Sei que a vida é uma constante inspiração e olho atenta a tudo, tudo me interessa. Me move e em cinéticas me contorço em alegrias. Permaneço sentindo-me pequena, embora me veja rasgada por dentro, por falta de espaço. Traio-me nas minhas próprias linhas, em especial aquelas que não escrevo. Elas nascem, ganham vida, por vezes ficam independentes de mim, e morrem em um papel rasgado, fingindo nunca terem existido. Sepulto-as com a minha contradição de potencializar a todos, menos a mim.
O meu tempo é contado nos ponteiros dessas linhas que sobrevivem ao espírito suicida da minha criação. Sobreviveram ao medo inerente de minha natureza de me permitir ser.


Não...Esse não é meu melhor texto. Ele é apenas um grito libertador e despretensioso de poder mostrar também o que julgo ruim e de aceitar o que não é tão belo, inclusive em mim. Quem sabe assim eu consiga escrever sobre coisas importantes.

Por Rafaelle Melo.

3 comentários:

  1. Ouvi e compreendi totalmente teu grito, tantas vezes, somente o silêncio nos preenche.

    Muito bonito teu canto, voltarei sempre.

    Beijos!

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  2. A gente precisa escrever sobre as coisas 'ruins' também existentes em nós, até sobre aqueles que consideramos não muito importantes. Gostei do teu grito, não que seja sobre uma coisa boa,mas por que me identifiquei com ele.

    Beijos
    Meu outro lado

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  3. Libertar a mente para chegar à recompensa da alma.

    Beijos!

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