sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Só.




“A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar.”

Antoine de Saint-Exupéry




Tinha um texto bonito, mas hoje não era seu dia. Talvez amanhã, deixa estar. Por hoje o jeito é falar de um incômodo, de uma quase dor. Todavia, não quero tristezas. Em um ato de coragem ficarei com as palavras, as que acolhem, as que ferem. É um risco que se corre, constantemente. Não tem como evitar, a não ser no caso de extraterrestres insensíveis – os quais não tem sido difíceis de encontrar pelas ruas por aí. No meio do burburinho escuto pássaros cantando e por um momento penso ter realizado meu sonho bucólico e estar no interior, certamente o meu interior. Lugar misterioso onde as pessoas com acesso costumam se ausentar, e as que entram nem sabem como enchem-me de alegria, de presença, mas... Esse não é um texto triste. Não me sinto só, apenas... Acho que preciso de silêncios, e se tiver um abraço para acompanhar seria bem vindo. É só isso, mas não de solidão. Quando escrevo eu falo é com o mundo inteiro, inteiramente em mim. Que eu perdoe a minha dureza, que eu acolha quem posso ser, que eu seja amada simplesmente por isso.


Rafaelle Melo.

7 comentários:

  1. Gostei do texto, e principalmente, por você ter escolhido um trecho do Pequeno Príncipe, livro apaixonante.

    Realmente, o mundo tem afastado as pessoas umas das outras, pelo medo cada vez mais incessante de sofrer ao sentir. Vale a pena arriscar? Não sei quantos riscos um coração pode suportar...

    Abraços, Fernanda

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    1. "Vale a pena arriscar?"
      Confesso-te, Fernanda, que essa pergunta ronda meus pensamentos com certa constância, mas logo vejo-me acreditando novamente, e arrisco-me continuar.
      Talvez seja a sina de ter nascido um tanto poeta.

      Te abraço cheia de gratidão.

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    2. Acho que vale a pena arriscar quando abaixo do precipício existe alguém para te segurar. Chega-se a arriscar tanto que a alma gasta parte da essência pura que a torna especial. Sorte a minha ter o destino posto no meu caminho a pessoa certa para que eu pudesse me arriscar. Mas se bem que dessa vez não foi um risco. Eu sabia muito bem o que estava fazendo, tinha total convicção. Talvez o amor verdadeiro venha assim, através de um olhar que mostre a verdade por detrás das retinas. Porque arriscar...isso me soa tão banal. Um dia você saberá do que estou falando. Beijos querida! Fernanda

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    3. Vc é uma querida, Fê!
      Obrigada pelas belas palavras tão cheias de vida e verdade!

      Um dia eu saberei... Nisto, um passo de fé.
      Talvez os riscos falem por si...

      Um beijo doce pra ti!

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  2. E tem como não comentar você? E tem como não vir aqui e se deparar com um texto maravilhoso como esse? Não, não tem! Não tem como não sentir saudades das suas linhas, do que escreve com tanta alma!Não tem como não amar. Não tem como não sentir dor junto...

    Você não nasceu um "tanto" poeta, você nasceu poeta!

    "É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
    Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
    Palavras me aguardam tempo exato pra falar
    Coisas minhas talvez você nem queira ouvir..." ♫

    Amo. Alma.

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  3. Que coisa mais linda esse texto Rafá? vim esses dias aqui comentar,mas não tava conseguindo...Suspiros.
    Beijos..

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  4. Eu arrisquei e várias vezes sofri. Mas valeu a pena. Encontrei raiz para fixar-me, amor para regar-me, para que o meu coração não se tornasse gelo, endurecido.

    Beijos,

    Leo

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